
Presidente de uma das maiores agências do país, a DM9DDB, Valente diz que o mercado está saturado, com muitos profissionais formados disponíveis. As perspectivas, no entanto, são boas, segundo ele, uma vez que o país vive um bom momento econômico. Para Valente, o segredo para o sucesso é diretamente proporcional à quantidade de trabalho. "Quem conta as horas não pode ser publicitário. Já fiz campanha tomando banho, crio no final de semana. Não é que você não descanse, mas você descansa trabalhando também", diz o publicitário, que recomenda aos aspirantes à carreira estagiar cedo. "Entrem no mercado o mais rapidamente que puderem".
Como você enxerga o mercado publicitário daqui alguns anos? (Ana Caroline Gama)
VALENTE: O mercado publicitário brasileiro é muito bom, pois aqui há duas condições muito favoráveis: a primeira é o fato de ser um país enorme, que fala uma língua só. Isso facilita uma comunicação maciça. O Brasil vive um momento econômico muito bom, e acho que a propaganda tende a melhorar de qualidade e quantidade, devido ao poder econômico.
O que você acha da publicidade ser tratada como "arte aplicada"? (Derek Ferreira)
VALENTE: Não acho que a publicidade é a "arte aplicada", penso que é o comércio utilizando a arte. Não há muita diferença entre o publicitário e o vendedor de enciclopédia. Uso essa expressão há muito tempo, mas acho que a gente só usa a ferramenta diferente. Assim como um vendedor de cosméticos bate na porta das clientes, o publicitário bate na porta através de TV, rádio.
Como você vê o futuro da publicidade em meio a tantas restrições que o governo quer impor? (André Andrade)
VALENTE: O fato de o terreno ter cerca não o impede de ter uma plantação. Se o limite for claro e objetivo, é só ser criativo. O difícil não é ter limite, mas sim não ter clareza dele, pois assim você não sabe onde está pisando. A restrição favorece a criatividade. Falando assim parece fácil, mas não é. Não é fácil ser criativo, mas o limite não pode ser visto como uma barreira, senão como um espaço onde você trabalhará e criará.
É vantajoso cursar Publicidade e Desenho Industrial ao mesmo tempo? (Nathany Santos)
VALENTE: Não cursei Desenho Industrial, mas toda formação acadêmica é importante para o crescimento como profissional e ser humano. A faculdade ajuda a entender a vida.
A publicidade é uma profissão glamorosa. Mas sucesso na carreira e financeiro apenas nas áres de criação e atendimento. Por que isso acontece? (Epaminondas Costa da Cunha)
VALENTE: Não concordo. Um dos caras mais glamosos, mais inteligentes da propaganda brasileira é o Julio Ribeiro da Talent, que é um cara de planejamento. Talvez o mais glamoroso dos publicitários seja o Roberto Justus e ele não é de criação, nem atendimento, ele é um cara de business.
É aquela história do ovo do pato e da galinha, todo mundo come mais o ovo da galinha porque a galinha cacareja. Talvez, o criativo e o cara de atendimento cacarejem mais. Mas você não reconhecer o sucesso na mídia, por exemplo, de um Paulo Queiroz, de um Daniel Barbará, da Maria Lúcia Cucci, do Luis Fernando Vieira, é uma grande bobagem. Eles são extremamente glamorosos, bem sucedidos e são de outras áreas.
Existe uma região do Brasil mais indicada para quem deseja seguir nessa carreira?
VALENTE: Sem dúvida nenhuma, perto do furacão econômico do país. É mais fácil junto ao poder econômico, conseqüêntemente, na região sudeste.
Como combater a crescente desvalorização dos profissionais de publicidade e propaganda do Rio que muitas vezes são obrigados a trabalhar sem carteira assinada e com salários cada vez mais baixos para se manter no mercado? (Ricardo Ribeiro de Souza)
VALENTE: A propaganda tem ligação direta com o crescimento da economia, quanto mais o Rio de Janeiro cresce economicamente, mais a propaganda irá crescer. Tudo que ouço falar do Rio - novos portos, novas fábricas - sinalizam que ele tem tudo para crescer e o mercado carioca precisa ficar atento, pois, as oportunidades irão surgir.
Espaço tem, acho que o Rio está vivendo um momento fantástico de crescimento. Uma outra agência do grupo ABC, a MPM, está crescendo muito no estado, a tendência é que cresça ainda mais, ela tem isso como foco. Tem agências como a Agência 3, a Contemporâne , assim como grandes profissionais.
Minha dúvida é sobre vocação. Acho produção muito legal, mas tenho medo de não conseguir me manter no mercado. Também gosto de Marketing, mas todos os estágios já pedem experiência. Como a gente descobre no que é bom? (Alessandra Neto)
VALENTE: Fazendo. Você só descobre realmente no que você é bom, experimentando, vivendo o dia-a-dia da profissão. Se você gosta de produção: experimente! Existem excelentes produtoras no Rio de Janeiro. Se você gosta de marketing, experimente. Estude e experimente. A vantagem do marketing é que você pode estar no marketing do cliente, na agência... Experimente, pois é o único jeito de você descobrir se você é bom.
VALENTE: Não cursei Desenho Industrial, mas toda formação acadêmica é importante para o crescimento como profissional e ser humano. A faculdade ajuda a entender a vida.
A publicidade é uma profissão glamorosa. Mas sucesso na carreira e financeiro apenas nas áres de criação e atendimento. Por que isso acontece? (Epaminondas Costa da Cunha)
VALENTE: Não concordo. Um dos caras mais glamosos, mais inteligentes da propaganda brasileira é o Julio Ribeiro da Talent, que é um cara de planejamento. Talvez o mais glamoroso dos publicitários seja o Roberto Justus e ele não é de criação, nem atendimento, ele é um cara de business.
É aquela história do ovo do pato e da galinha, todo mundo come mais o ovo da galinha porque a galinha cacareja. Talvez, o criativo e o cara de atendimento cacarejem mais. Mas você não reconhecer o sucesso na mídia, por exemplo, de um Paulo Queiroz, de um Daniel Barbará, da Maria Lúcia Cucci, do Luis Fernando Vieira, é uma grande bobagem. Eles são extremamente glamorosos, bem sucedidos e são de outras áreas.
Existe uma região do Brasil mais indicada para quem deseja seguir nessa carreira?
VALENTE: Sem dúvida nenhuma, perto do furacão econômico do país. É mais fácil junto ao poder econômico, conseqüêntemente, na região sudeste.
Como combater a crescente desvalorização dos profissionais de publicidade e propaganda do Rio que muitas vezes são obrigados a trabalhar sem carteira assinada e com salários cada vez mais baixos para se manter no mercado? (Ricardo Ribeiro de Souza)
VALENTE: A propaganda tem ligação direta com o crescimento da economia, quanto mais o Rio de Janeiro cresce economicamente, mais a propaganda irá crescer. Tudo que ouço falar do Rio - novos portos, novas fábricas - sinalizam que ele tem tudo para crescer e o mercado carioca precisa ficar atento, pois, as oportunidades irão surgir.
Espaço tem, acho que o Rio está vivendo um momento fantástico de crescimento. Uma outra agência do grupo ABC, a MPM, está crescendo muito no estado, a tendência é que cresça ainda mais, ela tem isso como foco. Tem agências como a Agência 3, a Contemporâne , assim como grandes profissionais.
Minha dúvida é sobre vocação. Acho produção muito legal, mas tenho medo de não conseguir me manter no mercado. Também gosto de Marketing, mas todos os estágios já pedem experiência. Como a gente descobre no que é bom? (Alessandra Neto)
VALENTE: Fazendo. Você só descobre realmente no que você é bom, experimentando, vivendo o dia-a-dia da profissão. Se você gosta de produção: experimente! Existem excelentes produtoras no Rio de Janeiro. Se você gosta de marketing, experimente. Estude e experimente. A vantagem do marketing é que você pode estar no marketing do cliente, na agência... Experimente, pois é o único jeito de você descobrir se você é bom.
Fonte: Jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário