Por Italo Villardo
Mais uma olimpíada chega ao fim, no caso do Brasil seria “olim-PIADA”, pois esperar uma participação efetiva dos brasileiros é algo difícil. Temos que parar de criar falsas expectativas e encarar o fato com realidade, pois como disse o pai do César Cielo: “Agora vão dizer que é fruto de um trabalho, que nada é fruto de pai pagando!”Diversos erros aconteceram nos anos que antecederam as olimpíadas, e diversos erros continuaram acontecendo durante as olimpíadas e mais erros ainda continuarão acontecendo. Tirando a total falta de estrutura e organização de nossos governantes em relação aos esportes, que só apóiam depois dos eventos e mesmo assim só para aqueles que ganham o ouro. Sim, pois mandaram um caminhão de bombeiro receber o César Cielo (nada contra ele , e além do mais o pai dele merece todo o resultado do investimento feito), mas e o nosso outro herói olímpico? O judoca Eduardo Santos, que com toda a dificuldade, chegou, lutou com garra e perdeu dignamente, e por fim se desculpou com seus “paitrocinadores”.
A vontade dele foi maior que qualquer obstáculo, maior que qualquer adversário. Esse ai não vai ter carro de bombeiro, não vai levar tapinha nas costas do nosso presidente, sabe por que? Porque só damos importância aos nossos campeões.Campeões que por muitas vezes nos fazem imaginar feitos que são impossíveis. Não podemos se deixar levar por resultados sem expressão. Nosso nadador Thiago Pereira, por exemplo, um monstro no PAN 07, nossa maior esperança de medalhas nas Olimpíadas, mas de quem ele ganhou no PAN? Competir com ninguém é mole, não tiro o mérito dele no PAN, está de parabéns mesmo, mas na olimpíada é outra coisa, vi uma propagando num blog de piadas muito interessante, era mais ou menos assim : “Bradesco, patrocinando o atleta errado desde 2007”, pois é, enquanto alguém que competiu com ninguém teve todo o investimento e apoio aqui no Brasil, o cara que traz o ouro olímpico perdeu o patrocínio dos correios por ter ido treinar nos EUA. Mas na hora que ele subiu no pódio, estava lá com a bandeira do Brasil em volta dos ombros, país que virou de costas para ele!O Judô atingiu o pico da preparação um ano antes. Ganharam tudo em 2007, obvio que não conseguiriam manter a hegemonia em 2008. Em esportes individuais ninguém consegue se manter no topo por muito tempo. Talvez se não tivéssemos ido tão bem no ano de 2007, teríamos trazido um ouro em Pequim. Quem acompanhou os torneios na Europa de esse ano, viu que nossos atletas não ganharam nada, no máximo 2 medalhas de bronze! João Derly, por exemplo, tem um jogo fácil de ser estudado, não deu outra, se você assistir umas 4 ou 5 lutas dele, já sabe o que vai acontecer. Cadê a CBJ que não vê isso?Edinanci Silva, um verdadeiro monstro nos treinos! Joga qualquer um de ippon, mas na competição já não consegue o mesmo. O problema é dela? Acho que não, pois ai falta mais uma vez a CBJ colocar um trabalho psicologico para nossos atletas.
Na ginástica tenho pena da Jade. Ela chora tanto que deve competir desidratada, mas a culpa é dela? Também acho que não, pois receber R$ 350 por mês da Confederação é brincadeira! E mais uma vez cadê o trabalho do psicólogo? Diego Hipólito, o monstro do solo, mas depois que operou o joelho, pode esquecer. Infelizmente se tornou descartável, pois operou o menisco, mecanismo que absorve o impacto dos joelhos, cirurgia idêntica a da Daiane dos Santos na Olimpíada passada. Sem o menisco eles conseguem pular, mas a perna não freia. Tanto que os dois perderam da mesma forma, pularam e não conseguiram parar. Qualquer estagiário de medicina e fisioterapia sabe isso, será que seus técnicos não sabiam?
Infelizmente atletas são descartáveis, veja o fenômeno Micahel Phelps, que se fosse um país estaria entre os dez primeiros no quadro de medalhas com seus ouros. Não esperem ele nas próximas Olimpíadas, pois atrás dele já devem ter uns dez, pois é assim que se fazem campeões, em seqüência. Aqui no Brasil primeiro temos que vencer para depois ganhar apoio, que por muitas vezes nem assim acontece.A nossa esperança de medalha de prata no salto com vara, sim prata, porque o ouro é impossível, afinal a campeã ganha 50 mil dólares por recorde quebrado, por 50 mil dólares ate eu quebro esse recorde! Como o técnico da Fabiana Murer não sabia que se ela não competisse mais depois do sumiço da vara , a prova poderia se anulada? Mas como ele não sabia, ela compete visivelmente abalada, com outra vara, e perde. Quatro anos de treinamento jogados fora. Na próxima vez manda o técnico ler as instruções da prova, que quem sabe assim, ela não compete e a prova tem que ser refeita.
Italo Villardo escreve sua coluna Round 1 as sextas feiras
Fonte: Somente Esportes
Nenhum comentário:
Postar um comentário