segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O lixo eleitoral

Dá vontade de passar arrancando todos esses cartazes dessa gente que se candidata a cargos eletivos e insiste em dizer que vai cuidar de nossa cidade. Se são incapazes de buscar maneiras menos porcas de chamar atenção do eleitor, que o diga o que farão depois que passarem as eleições. Quase todos estão sorrindo e, quando passo no meio da sujeirada, me questiono: estão rindo de quê?
Alguma autoridade deveria instituir uma lei proibindo essa prática. Não me refiro só a poluição visual, mas ao próprio material de campanha que fica largado em canteiros, em terrenos baldios, com plásticos pendurados e todo tipo de gatilhos com arames e pedaços de madeira, entre outros materiais que podem inclusive criar transtornos a quem passa por estes locais.
Em bairros onde existem muitos transeuntes, fica insuportável transitar sem ser interceptado por algum indivíduo distribuindo esses “santinhos” e, como muitos deles querem terminar o “serviço” mais rápido, acabam jogando em nossas mãos um calhamaço, que muitas vezes acaba parando no chão — tendo em vista a educação de nossa gente — entupindo bueiros e deixando tudo ainda mais nojento. Será que não existe uma alternativa mais inteligente e menos irresponsável de conseguir votos?
Sei que são milhares de pessoas interessadas nos nove mil e oitocentos reais por mês durante os próximos quatro anos, mas, se estas criaturas não demonstram nenhum tipo de preocupação com nosso município e com a limpeza de nossas vias públicas, qual será o comprometimento real que existe para que possamos crer que estão interessados de fato em ajudar o Rio de Janeiro a sair dessa situação caótica? Por onde olho, só vejo lixo.
Fonte: Artigo Jornal O Dia (Tico Santa Cruz - cantor e compositor).

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